Já era tarde quando ela ouviu o telefone tocar. Estava no chuveiro, não sabia ao certo , há quanto tempo, pois deliciava-se em brincar com deslizar do sabonete e da esponja pelo seu corpo, formando aquela espuma cremosa e branquinha. Enxaguou o corpo e estava acariciando sua pele com o óleo pós banho, quando ouviu o primeiro toque. Entrou rapidamente de baixo da ducha, retirou o excesso do óleo, desligou o chuveiro, e saiu do banheiro enrolando-se na toalha felpuda, para atender a ligação. Já havia parado de tocar, quando alcançou o telefone, mas logo voltou a tocar, então ela atendeu a ligação:
- Alô?
- Oi.
Ela conhecia aquela voz, e no mesmo instante sentiu um tremor nas pernas, um friozinho que lhe percorreu as pontas dos pés, passando por suas costas, nuca, atingindo lhe o couro cabeludo, todos os seus pelos.
- Pensei que não estava em casa, a voz dizia.
- Não, estava no banho, por isso demorei, respondeu.
- Que delícia!
Foi juntando a toalha ao corpo, como se estivesse sendo observada naquele estado. Corpo úmido, pés descalços ainda molhados, cabelo pingando, água escorrendo pelo rosto, umedecendo cada vez mais os lábios, não bastasse a lembrança que aquela voz trazia, que a fazia tremer. Sentiu-se sem graça. Sentou na poltrona do seu quarto, enquanto segurava o telefone numa mão, com a outra ia tentando secar disfarçadamente seu corpo. Não se dera conta que ele estava falando com ela ao telefone, não deitado em sua cama, como já estivera tantas vezes, e esteve na noite anterior, olhando-a atentamente, cada gesto, cada movimento e detalhe do seu corpo. Não sabia bem porque, mas ainda ficava tímida, e um misto de tensão e prazer tomavam conta do seu corpo. A idéia de que ele estava ali olhando-a aqueceu seu corpo inteiro, sentiu-se enrubescer... E a voz continuava:
- Estava com saudade, não consegui parar de pensar em você. E saber que você está toda molhadinha , me deixa com um tesão... Só consigo pensar em beijar cada parte do seu corpo, e te possuir de todas as formas...
- Assim você me deixa louca...
- Imagina que estou acariciando sua pele e beijando sua boca, rosto, pescoço, seios, tiro sua toalha, enquanto minhas mãos percorrem, ávidas cada centímetro do seu corpo...
Nesse instante ela deixou que a toalha caísse, era como se ele estivesse possuindo seu corpo outra vez. Sentia o corpo latejar de tanta excitação, mas não se tocou, nunca havia feito isto. Então a voz começou a guiá-la rumo ao desconhecido: "a descoberta do seu próprio corpo."
- Acaricia seu corpo, vai, sinta seu cheiro, como sua pele é macia, e pensa nos meus lábios percorrendo esta pele, minhas mãos apertando suas coxas, suas ancas, nádegas... sente minha respiração.
Já não tinha mais pudor, acariciava-se intensamente, era como se ele estivesse ali. Sentia sua gruta encharcar-se a medida que tocava seu corpo. Mordeu os lábios, beijou sua pele, passou a mão pelos cabelos, entre as pernas, e como numa atração fatal e mútua, tocou levemente a parte interna da coxa, num movimento de sobe e desce, acariciando, apertando, foi subindo até sua virilha, sentiu seu ventre estremecer de desejo, já não ouvia direito o que a voz dizia, parecia, que a voz estava nela, era ela. Então tocou seu clitóris e soltou um gemido que parecia vir de suas entranhas, e ficou ali, brincando, sentindo, cada milímetro daquele ponto pequeno, que lhe trazia tantas sensações agora, e adorava aquilo. Sentia-se cada vez mais molhada, mais sexy, gostosa... Muito desejada, porque não era o outro que a fazia sentir, era ela mesma que experimentava cada sensação que tocar seu corpo lhe proporcionava. Ah, ela se Amava!
Nesse frêmito de prazer, levou seus dedos, a porta daquela gruta, e ficou sentindo, aquela umidade, então foi colocando, primeiro um, depois outro dedo e sentia que uma explosão iniciava-se... Atingiu um êxtase nunca antes experimentado desse jeito...
O telefone caiu, pegou-o novamente e pode ouvir a voz dizer que ela o deixava louco, então desejou-lhe boa noite e antes de desligar o telefone ainda ouviu ele dizer: "Alô?"... Desligou.
Precisava curtir aquele momento!